Análise do relatório de setembro de 2025 para o fundo Vinci Shopping Centers FII (VISC11).
O fundo anunciou uma distribuição de R$ 0,81 por cota em setembro, mantendo o mesmo patamar dos últimos meses. Este valor, no entanto, foi superior ao resultado gerado no período, que foi de R$ 0,76 por cota. Para complementar a distribuição, a gestão utilizou parte das reservas acumuladas, uma prática que vem se repetindo nos últimos meses. O saldo total de resultado acumulado, considerando o Fundo e a estrutura do Shopping Paralela FII, diminuiu de R$ 1,23 por cota em agosto para R$ 1,18 por cota em setembro, indicando um consumo gradual dessa reserva para sustentar o nível de rendimento.
Os indicadores operacionais dos shoppings, referentes a agosto de 2025, mostram um cenário misto. O NOI (Receita Operacional Líquida) e as vendas por metro quadrado apresentaram um crescimento de 2,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, indicando uma evolução positiva na geração de receita. O aluguel nas mesmas lojas (SSR) também teve um desempenho forte, com alta de 5,2%. Por outro lado, a inadimplência líquida subiu de forma significativa para 3,3% em agosto, um patamar superior ao do mês anterior (-0,5%, que representava recuperação de valores) e também ao de agosto de 2024 (1,9%). A taxa de ocupação dos shoppings permaneceu estável em 94,5%.
A estrutura de capital do fundo reflete a conclusão da aquisição da participação adicional no Shopping Paralela, consolidada no relatório de agosto. As obrigações a prazo totalizaram R$ 702,6 milhões, um valor ligeiramente menor que os R$ 706,6 milhões do mês anterior devido à amortização da dívida. O endividamento líquido do fundo, que considera o caixa e as aplicações financeiras, está em R$ 477,7 milhões. Nenhuma nova aquisição ou venda de ativo foi anunciada neste relatório.
A visão da gestora permanece otimista para os ativos brasileiros, com a expectativa de início do ciclo de cortes da taxa Selic em dezembro de 2025, o que poderia beneficiar os fundos imobiliários. A análise do cenário externo continua a apontar para um ambiente de estímulos nos Estados Unidos, que favorece ativos de risco, mas que exige cautela. Essa visão é consistente com os relatórios anteriores, reforçando a estratégia atual do fundo.