A análise do relatório de agosto de 2025 do Valora CRI CDI (VGIR11) revela uma importante mudança na estratégia de alocação do fundo. A principal novidade é que a carteira de CRIs passou a ser 100% indexada ao CDI. Essa alteração ocorreu após o gestor vender a totalidade de sua participação no CRI JSTX, no valor de R$ 70,3 milhões, que era o único ativo relevante indexado ao IPCA no portfólio. A venda deste ativo resultou em ganho de capital para o fundo.
Essa movimentação, combinada com aquisições mais modestas de R$ 24,0 milhões em cinco CRIs (sendo dois novos, CRI Francisco Morato e CRI Splendido), resultou em uma redução da alocação do fundo. A exposição a CRIs caiu de 97,6% do patrimônio líquido em julho para 92,9% em agosto, enquanto a posição de caixa aumentou de 2,4% para 7,1%. Outro evento que contribuiu para o aumento do caixa foi uma amortização extraordinária de R$ 14,2 milhões do CRI Alto Paraíso.
A distribuição de rendimentos em agosto foi de R$ 0,13 por cota, uma queda em relação aos R$ 0,14 distribuídos em julho. No entanto, o resultado gerado no mês foi suficiente para cobrir o pagamento e ainda permitir a criação de uma reserva de caixa de aproximadamente R$ 0,01 por cota, algo que não havia acontecido no mês anterior. A rentabilidade do dividendo, com base na cota patrimonial, foi de CDI + 2,2% ao ano, superior aos CDI + 1,9% de julho.
A visão da gestora sobre a qualidade de crédito da carteira permanece a mesma, considerando os demais ativos saudáveis e mantendo a informação sobre a negociação em andamento para a venda dos terrenos relacionados ao CRI Guaicurus. Como evento subsequente, o fundo informou ter investido R$ 10,4 milhões em CRIs no início de setembro, indicando a continuidade na gestão ativa do caixa.