A análise do relatório de agosto de 2025 do FII TG Ativo Real (TGAR11) destaca um evento de desinvestimento muito significativo, além de outras movimentações importantes na carteira e um novo ponto de atenção. A distribuição de rendimentos se manteve estável em R$ 1,00 por cota, em linha com os meses anteriores e com a projeção da gestão para o semestre.
A principal novidade é a venda da participação do fundo na Viel Participações LTDA, um evento subsequente comunicado em setembro. A transação totalizou R$ 302,52 milhões, um valor 50% superior ao valor contábil do ativo em agosto (R$ 202,10 milhões), o que deve gerar um lucro líquido de aproximadamente R$ 90,40 milhões. Este movimento estratégico eleva a Taxa Interna de Retorno (TIR) esperada do portfólio vendido de 15,58% para 25,23% ao ano. A gestão reforçou que a operação, apesar de seu tamanho e resultado expressivo, não altera a expectativa de distribuição de rendimentos, mantendo uma postura conservadora.
Como parte desta estratégia de reciclagem de portfólio, a gestora informou que os recursos obtidos com a venda da Viel serão direcionados prioritariamente para a alocação em operações de crédito. Essa decisão visa aumentar a previsibilidade de fluxos e diminuir a volatilidade da carteira, aproveitando o cenário de juros elevados. Isso representa uma mudança tática de realocação de capital da classe de equity (participações) para a classe de crédito.
O relatório também trouxe à tona um fato relevante sobre a Virgo Securitizadora, que estrutura 10 CRIs na carteira do fundo, representando 2,76% do seu patrimônio líquido. A CVM solicitou esclarecimentos à Virgo sobre uma possível falha de governança na aplicação de recursos. A gestão do TGAR11 esclareceu que, de seus ativos, apenas o CRI Green Park (0,08% do PL) teve uma pequena parte de seu fundo de reserva aplicada em um fundo de investimento com liquidez restrita, mas que a operação segue adimplente e com fundamentos sólidos.
Em termos de movimentações, o fundo realizou um desinvestimento líquido relevante em sua carteira de crédito, com a venda de dez operações totalizando R$ 55,55 milhões e a aquisição de sete operações no valor de R$ 16,05 milhões. Essa movimentação é bem superior à do mês anterior, quando as vendas somaram R$ 25,20 milhões e as aquisições R$ 10,97 milhões. A alocação em crédito, como resultado, caiu de 9,39% do PL em julho para 8,27% em agosto. Por outro lado, o segmento de urbanismo apresentou o melhor desempenho de vendas dos últimos 24 meses (sem contar meses com lançamentos), somando um VGV de R$ 48,94 milhões, mais que o dobro dos R$ 22,36 milhões de julho.