No relatório de julho de 2025 do FII TG Ativo Real (TGAR11), o gestor introduziu uma nova e significativa preocupação no cenário macroeconômico: a escalada de tensões diplomáticas e comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos. O relatório destaca a imposição de novas tarifas por parte do governo Trump e a aplicação de sanções ligadas a decisões do STF, o que gerou um aumento da percepção de risco jurídico e geopolítico. O gestor ressalta a forte dependência da economia brasileira do capital norte-americano, que representa 52% do investimento direto no país, e a elevada concentração das reservas internacionais em dólar, apontando para riscos de médio e longo prazo para a atração de investimentos. No cenário doméstico, a inflação segue acima da meta, com o IPCA em 5,23% nos últimos 12 meses, e a taxa Selic foi mantida em 15,00% ao ano.
A distribuição de rendimentos se manteve em R$ 1,00 por cota, o mesmo valor dos últimos seis meses. O resultado caixa do período foi de R$ 1,02 por cota, o que permitiu um pequeno aumento na reserva acumulada do fundo, que passou de R$ 0,04 para R$ 0,07 por cota. A gestão manteve a projeção de distribuição entre R$ 0,90 e R$ 1,10 para o segundo semestre. A cota no mercado secundário apresentou uma queda acentuada, fechando o mês em R$ 82,00, uma redução de 11% em relação aos R$ 92,20 de junho, o que levou a um retorno total negativo de 10,09% no mês. A cota patrimonial teve uma leve queda de R$ 111,15 para R$ 110,24.
As movimentações do portfólio concentraram-se na carteira de crédito, com a venda de seis operações no valor de R$ 25,20 milhões e a aquisição de quatro operações no montante de R$ 10,97 milhões, resultando em um desinvestimento líquido de aproximadamente R$ 14,2 milhões nesta classe. Um evento relevante foi a emissão do Habite-se da obra que lastreia o CRI New York, o que viabiliza a quitação dos saldos devedores pelos compradores finais. Nas vendas de equity, o destaque foi o segmento de multipropriedade, que, impulsionado pela sazonalidade de férias, vendeu R$ 26,08 milhões, um forte aumento em relação aos R$ 8,12 milhões de junho. O segmento de urbanismo vendeu R$ 22,36 milhões, ligeiramente acima do mês anterior, enquanto a incorporação teve vendas de R$ 17,72 milhões, uma redução frente aos R$ 21,45 milhões de junho. A inadimplência geral da carteira de equity subiu discretamente, de 4,97% para 5,04%.