As demonstrações financeiras do Tellus Properties - Fundo de Investimento Imobiliário - Responsabilidade Limitada (TEPP11) cobrem o período de 01 de janeiro a 17 de junho de 2025, data que marca a transferência da administração do fundo. O relatório dos auditores independentes, embora com opinião não modificada, destaca dois pontos de ênfase importantes. Primeiro, o fundo possui R$ 464.769 mil em propriedades para investimento, o que representa 114,10% do seu patrimônio líquido, e os valores podem divergir dos constantes nas demonstrações devido ao alto grau de julgamento na precificação. Segundo, o fundo distribuiu R$ 22.714 mil em rendimentos, equivalente a 93,67% do lucro apurado pelo regime de caixa, percentual que ficou abaixo dos 95% mínimos exigidos pela legislação vigente para fundos imobiliários até a data de transferência da administração.
A Demonstração do Resultado para o período indica um lucro líquido de R$ 12.103 mil, resultando em um lucro por cota de R$ 2,87 e um valor patrimonial da cota de R$ 96,48. As receitas de aluguéis somaram R$ 17.489 mil, enquanto as despesas financeiras relacionadas a obrigações por captação de recursos foram de R$ 6.359 mil. O fundo detém propriedades como os edifícios Torre Sul, Sede GPA, Condomínio Faria Lima, Passarelli e Fujitsu, com um total de R$ 464.769 mil em propriedades para investimento, e também possui R$ 70.950 mil em valores a receber pela venda do imóvel Edifício São Luiz. Em relação à distribuição de rendimentos aos cotistas, o valor pago por cota foi de R$ 5,32 no período, considerando a quantidade média ponderada de cotas.
O documento também detalha alguns riscos significativos associados ao TEPP11, como riscos macroeconômicos, de crédito, de liquidez (devido à baixa liquidez e natureza de condomínio fechado dos FIIs), tributários (com destaque para a Lei nº 14.754/2023, que aumentou o número mínimo de cotistas para isenção de IR de 50 para 100), e imobiliários, incluindo a desvalorização dos imóveis, atrasos em obras e problemas ambientais. As assembleias de cotistas aprovaram a transferência da administração do fundo para a BTG Pactual Serviços Financeiros S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários e a atualização do regulamento à Resolução CVM nº 175, além de autorizar operações que podem caracterizar conflito de interesses com o novo administrador ou gestor, como a aquisição de CRIs e FIIs de partes relacionadas.