A análise do relatório de agosto de 2025 do FII VBI Prime Properties (PVBI11) aponta como principal novidade o ajuste no valor da distribuição de rendimentos, que foi reduzida de R$ 0,50 para R$ 0,45 por cota. A gestão justifica a mudança afirmando que este novo patamar reflete a atual capacidade de geração de resultado recorrente do fundo. Embora a gestão tivesse a expectativa de manter o dividendo anterior, o ritmo das novas locações, somado a carências e descontos concedidos, pressionou o resultado. Com a mudança, o fundo adota uma postura mais conservadora, optando por reter parte do lucro para fortalecer suas reservas, uma inversão da estratégia vista em julho, quando utilizou reservas para complementar a distribuição.
No campo operacional, o fundo apresentou uma melhora significativa nos indicadores de vacância. A vacância física caiu de 19,6% em junho para 16,8% em agosto, impulsionada pela entrada da Infra Capital no edifício Union e pela expansão da Brasil Warrant (BW) no FL 4440. A vacância financeira também recuou, de 21,5% para 18,0% no mesmo período. A gestão destaca um forte aquecimento na atividade comercial, com o volume de áreas "em negociação comercial" saltando de 3.600 m² em julho para 9.550 m² em agosto, e áreas "em minutagem" (fase de contrato) crescendo de 607 m² para 3.601 m² no mesmo período, o que sinaliza potencial para novas locações nos próximos meses.
Apesar dos avanços na ocupação, o fundo enfrenta desafios futuros já anunciados. Estão confirmadas as saídas do locatário Cascione do FL 4440 em dezembro de 2025 e da Julius Baer de dois andares no Vera Cruz no início de 2026. Essas saídas, se não compensadas por novas locações, devem pressionar novamente os níveis de vacância. A gestão, no entanto, demonstra confiança na qualidade dos espaços para relocá-los.
O resultado do mês de agosto foi de R$ 0,53 por cota, impactado positivamente por uma receita não recorrente de R$ 0,08 por cota, referente a uma multa por rescisão. Desconsiderando este efeito, o resultado recorrente teria sido de R$ 0,45 por cota, exatamente o novo valor de distribuição, o que reforça a decisão da gestão por um dividendo mais alinhado à geração de caixa atual. O fundo segue sem qualquer tipo de alavancagem financeira.