A análise do fundo Hedge TOP FOFII 3 (HFOF11), referente ao relatório de agosto de 2025, revela duas grandes novidades estratégicas implementadas pela gestão. A primeira é o início efetivo do programa de recompra de cotas, que havia sido anunciado no mês anterior. Neste primeiro mês de operação, o fundo recomprou e cancelou 325.000 de suas próprias cotas, a um desconto médio de 18,9% em relação ao valor patrimonial. Segundo o gestor, esta operação, que utilizou R$ 1,9 milhão do caixa, gerou um ganho patrimonial para os cotistas remanescentes, pois cancelou um passivo de R$ 2,3 milhões. A segunda novidade é a estruturação do Hedge Opportunities (HOPP), um veículo de investimento onde o HFOF11 entra com ativos de sua carteira na cota subordinada para que um investidor terceiro aporte capital na cota sênior. O objetivo é levantar recursos para aproveitar oportunidades de investimento com retornos elevados em um momento de mercado restrito. A gestão informa que já começou a transferir cotas de FIIs do segmento corporativo para essa nova estrutura.
A distribuição de rendimentos foi mantida em R$ 0,056 por cota, patamar que o gestor pretende sustentar nos próximos meses. Essa decisão é amparada pelo resultado do fundo, que em agosto gerou R$ 0,065 por cota, acima do valor distribuído. Com isso, a reserva de lucros acumulados e não distribuídos aumentou de R$ 0,070 por cota em julho para R$ 0,079 por cota em agosto, reforçando a capacidade de manutenção dos proventos. O FFO (resultado recorrente) do mês foi de R$ 0,058 por cota, ligeiramente inferior aos R$ 0,062 de julho, mas ainda alinhado com a distribuição.
Em termos de movimentações, o fundo totalizou R$ 11,4 milhões em transações, com R$ 6,2 milhões em compras e R$ 5,2 milhões em vendas. A mudança mais expressiva na carteira foi o aumento da alocação em Renda Fixa (caixa), que subiu de 1,8% em julho para 5,5% do patrimônio em agosto, refletindo a estratégia de disponibilizar caixa para as novas operações, como o HOPP. As alocações em FIIs foram ajustadas, com leve aumento nos segmentos corporativo e de renda urbana, e uma pequena redução em CRIs.
O valor patrimonial da cota apresentou uma leve alta, passando de R$ 7,25 em julho para R$ 7,28 em agosto. Em contrapartida, a cota de mercado caiu de R$ 5,95 para R$ 5,91 no mesmo período. Como resultado, o desconto da cota de mercado em relação à patrimonial aumentou, passando de 18,8% para 19,6% ao final de agosto.