A análise do relatório de agosto de 2025 do fundo Capitânia Securities II (CPTS11) destaca novidades positivas e mudanças na estratégia da gestão. O principal anúncio foi o aumento na projeção de dividendos (guidance) para os próximos 12 meses, que passou para uma faixa entre R$ 0,08 e R$ 0,10 por cota. No mês anterior, a faixa era de R$ 0,075 a R$ 0,095. Esta é a segunda elevação da projeção em seis meses.
A gestão justifica essa nova perspectiva com base em dois eventos principais. O primeiro é a conclusão de transações de venda de ativos no CPLG11, um fundo de logística no qual o CPTS11 detém uma participação relevante de 32%. Essa movimentação no CPLG11 deve gerar um impacto positivo de aproximadamente R$ 24 milhões no resultado do CPTS11 ao longo dos próximos 24 meses. Outros fatores que sustentam o otimismo da gestora incluem o aumento de dividendos recebidos de outras posições da carteira e a perspectiva de redução gradual da alavancagem do fundo.
Em agosto, o fundo distribuiu R$ 0,085 por cota, valor ligeiramente inferior aos R$ 0,086 de julho, mas que correspondeu a 100% do resultado gerado no mês. A receita do mês foi impulsionada por um ganho de capital com FIIs de R$ 15,4 milhões, superior aos R$ 9,1 milhões de julho. Além disso, a despesa financeira com operações compromissadas (alavancagem) foi de R$ 7,4 milhões, uma redução frente aos R$ 7,9 milhões do mês anterior.
Houve mudanças na composição da carteira. A exposição a CRIs diminuiu de 33,2% para 31,9% dos ativos, com o número de CRIs caindo de 18 para 16, com destaque para a venda de uma posição de R$ 20 milhões no CRI Habitasec HBR. Em contrapartida, a alocação em FIIs aumentou ligeiramente para 59,1% dos ativos, e o número de fundos na carteira subiu de 83 para 89. A posição em caixa (liquidez) também aumentou de 2,7% para 5,4% do patrimônio.
O nível de alavancagem do fundo, via operações compromissadas, apresentou um leve aumento, passando de 21,3% para 21,7% do patrimônio líquido, com um custo de CDI + 0,81%. Outro ponto a notar é que o desconto da cota de mercado em relação à cota patrimonial diminuiu de 17,9% em julho para 15,8% em agosto. Por fim, o relatório de agosto não menciona mais o caso da Virgo Securitizadora, que havia sido um ponto de atenção no relatório de julho, sugerindo que a questão não é mais um foco de preocupação para a gestão.