CACR11

CARTESIA RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS - FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
CNPJ: 32.065.364/0001-46
Administrador/Gestor: BANCO DAYCOVAL S/A (CNPJ: 62.232.889/0001-90)
Tipo
Relatórios - Relatório Gerencial
Status
Ativo
Entrega
19/09/2025 às 19:11
Referência
31/08/2025

Resumo

A análise do relatório de agosto de 2025 do fundo Cartesia Recebíveis Imobiliários (CACR11) revela um período de grande turbulência e mudanças significativas. O evento mais marcante foi a forte queda na cota de mercado, que saiu de R$ 96,60 no final de julho para R$ 82,01 em agosto, acompanhada por um volume de negociação recorde de R$ 86 milhões, mais de 200% superior ao mês anterior. Segundo a gestora, esse movimento foi iniciado pela decisão de uma casa de gestão de patrimônio de reposicionar seus clientes e intensificado por notícias especulativas sobre alguns ativos do fundo. Como consequência direta, a 7ª oferta de cotas, que buscava captar R$ 120 milhões, foi cancelada pela gestora.

Em resposta às especulações do mercado, a gestão dedicou uma parte substancial do relatório para detalhar a situação de três ativos na Bahia que foram alvo de questionamentos: os CRIs Santo André, Viva e Savoie. A gestora informa que houve uma troca no controle das SPEs desses projetos após o incorporador original se mostrar incapaz de dar andamento às obras. Um novo controlador, o Grupo SIAN, uma construtora com 48 anos de mercado, assumiu os projetos. Com a nova gestão, os projetos foram revisados e otimizados, resultando em um aumento expressivo no Valor Geral de Venda (VGV) projetado. O VGV do CRI Viva, por exemplo, saltou de R$ 194 milhões para R$ 450 milhões, e o do CRI Santo André subiu de R$ 215,9 milhões para R$ 473 milhões. A gestora também reforçou que esses três CRIs possuem garantia cruzada entre si, o que significa que o resultado de um empreendimento pode ser usado para amortizar a dívida dos outros.

Apesar da volatilidade no mercado secundário, o fundo manteve a distribuição de rendimentos em R$ 1,35 por cota, o mesmo valor de julho. O resultado do mês foi de R$ 1,49 por cota, indicando que a gestão optou por reter parte do resultado em caixa. A gestora reforçou o seu planejamento de distribuir entre R$ 1,30 e R$ 1,40 por cota até o final do semestre, sinalizando uma intenção de manter a previsibilidade dos dividendos. O saldo de correção monetária acumulada (não-caixa) diminuiu de R$ 0,99 por cota em julho para R$ 0,85 por cota em agosto, mostrando que o fundo segue convertendo esse valor em caixa.

Outra novidade importante é a completa reestruturação do relatório gerencial. Atendendo a pedidos por mais transparência, o documento de agosto está significativamente mais detalhado, com seções extensas dedicadas a cada empreendimento, incluindo fotos, status de obras, cronogramas atualizados, potencialidades da região e detalhes sobre os novos projetos arquitetônicos. Em relação a outros ativos, as obras do CRI Station em São Paulo e do CRI Alto Lindóia em Porto Alegre apresentaram bom avanço, enquanto no CRI Helvetia (SP), as vendas foram interrompidas estrategicamente para negociar a venda em bloco do estoque remanescente.