A análise do relatório de setembro de 2025 do Fundo Imobiliário BTG Pactual Corporate Office Fund, ticker BRCR11, destaca novidades importantes na gestão do portfólio. O principal evento do mês foi a assinatura de duas novas locações no ativo EZ Towers, somando quase 9 mil metros quadrados. Segundo o gestor, esses contratos foram firmados com empresas multinacionais e elevam a ocupação do imóvel para perto de 80%, sendo um avanço expressivo que complementa as locações já realizadas no mês anterior.
Apesar da notícia positiva, os dados de vacância do portfólio no próprio relatório podem gerar alguma confusão. A ocupação do EZ Towers, na tabela de ativos, aparece em 59%, um aumento em relação aos 51% do mês anterior, mas ainda distante dos 80% mencionados no comentário do gestor. Isso sugere que o impacto completo dessas novas locações, tanto na vacância quanto na receita, possivelmente será refletido nos próximos relatórios, à medida que os contratos iniciem sua vigência. A vacância física geral do fundo subiu de 12,1% para 13,0%, e a financeira de 10,7% para 11,8%. Essa alta é explicada por uma nova vacância no Edifício Eldorado, cujo impacto financeiro, segundo o gestor, foi totalmente compensado pela multa rescisória.
O rendimento distribuído aos cotistas permaneceu estável em R$ 0,41 por cota, mantendo o mesmo patamar dos últimos quatro meses. No resultado financeiro referente a agosto, apresentado neste relatório, observa-se um FFO ajustado por cota de R$ 0,77. É importante notar que este valor foi fortemente impactado por um evento não recorrente, o recebimento de cerca de R$ 10 milhões referente à resolução de um processo arbitral, que já havia sido comunicado no relatório de agosto. Portanto, esse resultado não representa um novo patamar de geração de caixa recorrente.
A estrutura de capital do fundo não teve alterações significativas, mantendo o nível de alavancagem (LTV) estável em 10,1%, o mesmo do mês anterior. A visão da gestão permanece focada na gestão ativa para reduzir a vacância, destacando o dinamismo recente no mercado de locações, mas também aponta para uma certa cautela dos locatários diante do cenário político e econômico futuro.